Há em todos os partidos uma saga
para justificar a sua criação. A do Partido dos Trabalhadores - PT, então, é
recheada de estratégias, pomposidade, salvacionismo e pureza ideológica...
Mas a história com os partidos
políticos é cruel. Não escapa um. Todos se perdem nos ideais na frenética busca
para se tornarem majoritários, hegemônicos na sociedade. Esqueceram de avisar
ao PT.
Bastou chegar ao poder para o PT
se defrontar com uma realidade que não cabia nos seus discursos. Então... qual é
a saída? Adequar-se á nova realidade para sobreviver ou continuar com o mesmo
discurso e apelar para as pirotecnias, leia-se mentiras, calúnias e muito, mas
muito marketing político governamental.
O staff do PT elaborou, então, as
estratégias para se permanecer no poder, dentre outras: demonizar Fernando Henrique
Cardoso - FHC, manter o Plano Real, não fazer nenhuma reforma estrutural no
país, ampliar o Bolsa Família e se posar de governo de “esquerda”.
Ao demonizar FHC, o PT se postava
como diferente de tudo que “estava aí”... Numa palavra, pregava-se a desconstrução
de FHC e do seu governo como de “direita”, contra os pobres, contra o
desenvolvimento do país, como entreguista do patrimônio nacional... Essa
estratégia era para destruir o partido concorrente nas eleições vindouras.
Outra estratégia era de manter o
Plano Real, que foi até inteligente. Contudo, o Plano ia de encontro à gastança
do governo Lula através da expansão do Estado.
A não realização de reformas
necessárias e estruturais no país era a saída perfeita para o neopopulismo
petista. Afinal, de duas uma: fazer as reformas estruturais, tais como fiscal,
política, previdenciárias... necessárias, levariam a um governo voltado
efetivamente à esquerda, porém com desgastes eleitorais... Já não fazê-la,
levaria ao populismo, tal qual existe, onde o discurso é de “esquerda” e a
prática é de “direita”, através da expansão do Bolsa Família para cabalar votos
ad-eterno e da manutenção das estruturas existentes.
A ampliação do Estado foi outra
sacada do PT. Criaram-se várias Universidades, recriou a Eletrobrás e outras
agências. Com a ampliação e ocupação de todas essas agências estatais, o
partido teria capilaridade necessária contra a oposição e para a sua perpetuação
no poder.
Para os adeptos do PT, essa
atuação demonstrava claramente que o governo anterior e de “direita” era
incompetente e tímido na questão social do Estado.
O PT conseguiu até certo sucesso
com a sua estratégia. No entanto, como toda sacada é finita, um dia se
esgotaria o estoque de sagacidade. Afinal, se coisas boas foram criadas ou
ampliadas como o Bolsa-família, o Prouni e até mesmo o Pronatec, houve, também,
irresponsabilidade na criação das Universidades (uma vez que criá-la foi uma
coisa boa, mantê-la, em nível razoável de qualidade, seria e é muito difícil), na
gastança com Copa do Mundo e Olimpíadas e, finalmente, na politização das
agências regulatórias com ANAC, ANATEL, ANA... Esperava-se que o crescimento econômico
do país fosse infinito... para suportar tanta irresponsabilidade fiscal.
O PT partia da premissa de que
essa atuação lhe traria somente bônus... E até trouxe mesmo, vide reeleição de
Dilma Roussef em 2014. Contudo, contrariando as pessoas que acreditam em
teorias conspiratórias, em política há uma máxima de que as estratégias para a
ocupação total do Estado, leia-se totalitarismo, é sempre incompleta. Essa é a
razão da queda de eminentes líderes totalitários mundiais ao longo da história.
Quanto mais se enraíza no Estado, mais a queda do governante é abrupta.
Outro inconveniente de ocupação
política total do Estado, através de suas agências, é a própria classe de
servidores públicos: sempre insatisfeita!
Ante a tantos desmandos, o
governante deve, pelo menos, ter autocrítica para a sua própria sobrevivência! No
entanto, a presidente e o PT não conseguem essa prosaica atitude. “A soberba é desde sempre uma forte característica do PT. O
partido nasceu predestinado a mudar “tudo isso que está aí” e ainda hoje muitos
petistas se consideram ungidos para essa missão divina. Como autoproclamados
salvadores da pátria, sempre olharam os não petistas com enorme desdém.
Dividiram o País entre “nós” e “eles” e decidiram que na luta sem tréguas
contra a perversa “elite” não existem adversários, mas inimigos (Augusto
Nunes - Veja – 31/08/2015.”
Resta, finalmente, um verniz para
dar conta de politicagem em nome da classe trabalhadora: um líder carismático.
Lula vem assim, como nunca desceu
do palanque, dar o retoque no moribundo governo Dilma. Como um autêntico
mercador de ilusão, ele esbraveja, prega o ódio contra a elite, contra o PSDB e
seus asseclas, chama a Dilma de mãezona dos pobres... Só falta a ele completar
o raciocínio chamando a si próprio de pai dos ricos.
É o quase perfeito populista! Quase
em nada fica devendo aos históricos populistas! Contudo, como se utiliza de
recursos midiáticos modernos, teve origem operária e pobre do nordeste,
insere-se no contexto do NEOPOPULISTA. Esse senhor Lula até me fez emocionar em
épocas remotas, até tirei fotografia ao seu lado. Ele parecia ser bem
intencionado. Parecia!
Se esse vendedor de ilusões
falhar na sua empáfia sistemática, resta a presidente Dilma a RENÚNCIA!
Ora, em torno dela não haverá um
pacto pelo país. Ela deu munição suficiente para não se acreditar nos seus
propósitos durante os quatro de poder e na durante o período eleitoral, onde
mentiu descaradamente sobre a situação do país.
Somente em torno de uma pessoa de
fora do PT, que deve ser o vice Michel Temer, será possível um pacto para
reconstruir a credibilidade do país e de suas agências.
A RENÚNCIA DE DILMA é a mais plausível
saída para um governo que é o retrato perfeito e triste da saga de um partido
que um dia se achou diferente dos demais e que podia enganar, enganar e
enganar... TRISTE FIM!