domingo, 10 de outubro de 2021

CPI DO COVID-19, CIRCO E ABSORVENTE FEMININO

 

As Comissões Parlamentares de Inquérito - CPI da Câmara dos Deputados ou do Senado - são implantadas a partir de requerimento de pelo menos um terço dos deputados e Senadores ou as Comissões Parlamentares Mista de Inquérito - CPMI, que são criadas a partir de requerimento de um terço da Câmara dos Deputados e um terço dos senadores. Os poderes conferidos a CPI ou CPMI são imensos: como “determinar diligências, ouvir indiciados, inquirir testemunhas, requisitar de órgãos e entidades da administração pública informações e documentos, requerer a audiência de Deputados e Ministros de Estado, tomar depoimentos de autoridades federais, estaduais e municipais, bem como requisitar os serviços de quaisquer autoridades, inclusive policiais”, conforme diz a Câmara dos Deputados sobre o assunto.

Com tanto poder, por que as CPIs, via de regra, naufragam na mesmice e apresentam resultados pífios ou pouco factíveis? Bem, aí entra o fator político. Em política, nos termos de Norberto Bobbio, não há ética e nem dados peremptórios. Tudo é negociado. A ética na política não existe porque os projetos políticos são dados de acordo com a realidade. Nesse sentido, não se pode ser preso às “filigranas morais” de uma dada sociedade. O velho Magalhães Pinto tinha uma frase que vem a calhar sobre esse aspecto: para ele, “Política é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou”.

A CPI da COVID-19, evidentemente, não teria destino diferente. A meu ver, nessa CPI há ainda mais um agravante: alguns de seus componentes tem uma baita “capivara” em atos de improbidades administrativas.

Tenho a impressão que essa CPI foi um presente de grego dado aos srs. Omar Aziz e Renan Calheiros. Figuras de pouco calibre na atualidade, essa dupla de Senadores viram na CPI a chance de voltarem à ribalta. Nem vou me ater ao Senador Randolfe Rodrigues, porque ele é apenas uma figura oportunista e demagoga.

Ao assumir os papéis principais na CPI da COVID-19, esses senadores passaram a fazer o papel sujo do Senado. Noutras palavras, eles mordem e o presidente do Senado assopra. Contudo, como dito acima, há o aspecto corolário dessa assunção: se ambos senadores têm folha corrida, logo as suas conclusões estão ou estarão inseridas no mesmo contexto. Numa palavra, sem valor. Talvez, isso explique a tranquilidade que o Presidente Bolsonaro tem estampada no seu rosto. Tudo indica que terá sido mais uma tacada de mestre do Presidente da República.

O aspecto circense da CPI da COVID-19 dá-se pelo fator acima destacado, bem como pelas figuras com pouca audição como o Senador Otto Alencar, o histriônico Senador Randolfe e o folclórico aluno de Dilma Rousseff, Senador Humberto Costa. Tudo que é a favor da tese deles tem fundamento, é científico... Já, se o inquirido fala coisas que são contrárias à tese deles, não tem fundamento, é negacionista, é bolsonarista... Dessa forma, aquilo virou um samba da “criatura” louca! Terra de coronel, de ditador... Os adeptos da visão de mundo canhota tem tentado fazer da CPI um palanque eleitoral, visando as eleições de 2022. Assim, aquilo virou uma espécie de pré-disputa eleitoral e sem cabimento no sentido mais técnico da CPI. Mas, do ponto de vista político algo normal no reino da Esbórnia.

Como já era esperado pelos estrategista do governo federal, a CPI da COVID-19 até agora não trouxe os resultados esperados pelos seus integrantes no sentido de desgastar o Presidente Bolsonaro. Assim, os integrantes da ala esquerdistas no Congresso partiram para o tudo ou nada, apelando até para o absorvente feminino.

Histrionice pouca é bobagem! Eles querem agora é absorvente gratuito para as mulheres de baixa renda! Seria cômico se não fosse trágico a situação da ala oposicionista no Brasil. Anos de aprendizado na cartilha do “grande” Paulo Freire só poderia dar em políticos da estirpe oposicionista, notadamente da ala esquerdista. Jogar absorvente feminino no colo do Presidente é o tipo de estratégia sacana, vil e nonsense. Coisas, mesmo, da politicagem oposicionista reinante em nosso país. Haddad já havia vetado, quando prefeito de São Paulo, projeto nesse sentido. Dilma negou em 2013 isenção fiscal para absorvente, e vem agora essa oposição pedir isso. Os alunos de Paulo Freire não carregam sob os braços uma agenda positiva e propositiva, visando a melhora constante de nossa pátria e mãe gentil. Agem como crianças mimadas num mimimi ensurdecedor. São galhofeiros por natureza... Condenam o Presidente Bolsonaro por aspectos que consideram sub-reptícios e agem no clarão do dia como acéfalos políticos tal qual zumbis! Profundamente lamentável!!!

 

Borda da Mata, verão de 2021

Luiz Fernando da Silva

Sociólogo

4 comentários:

  1. Grande Véio, eu tenho muito orgulho de ter um amigo com tamanha sapiência. Seu conhecimento sobre o jogo político brasileiro é notório. Seu artigo é claro, direto e objetivo facilitando o entendimento quanto ao principal interesse da comissão de frente desta CPI da vergonha, que é garantir os interesses de uma classe política hipócrita, corrupta e covarde que não respeita os direitos da população.
    Sua perspicácia na sua analogia do Samba da Crioula Louca com a condução da CPI em substituir a palavra CRIOULA por CRIATURA para não ser pego pelo politicamente correto e evitando os mimimis, foi sensacional. Parabéns!!!

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    1. Obrigado, Véio, pelas considerações! O tabuleiro político brasileiro está bem confuso pelo fator Bolsonaro! Numa palavra, os analistas tradicionais têm vacilado demasiadamente por não conseguirem fazer uma leitura sem se despirem dos conceitos tradicionais de análise política!

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  2. Muito conhecimento, um excelente artigo!��������

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  3. Obrigado, meu amor! A paciência em me aturar nos momentos de reflexão possibilita o meu rabiscar nas análises da política brasileira!

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